A quem possa interessar...
Duas e meia da manhã de uma Quarta feira normal.
Chamo me José, os meus amigos tratam me por Zé ou Alceu...existe ainda quem me trata por José Alceu, que é algo de tão raro como um eclipse do sol...(após reparo feito, e bem feito diga-se de passagem, ainda existe quem me trata por Alceu Rebelo, sendo que inicialmente o Rebelo era trocado por um Ribeiro qualquer...)
Tenho 32 anos feitos, agora se vividos ou não é outra questão...provavelmente alguns vividos, outros desperdiçados e ainda outros indiferentes.
A percentagem que cabe a cada um, é algo que ainda tenho de descobrir e depois atribuir.
Vivo sozinho. Agrada me, pelo menos por enquanto, o sentimento de não ter responsabilidades para com outra pessoa. Ainda não sinto a falta de ter de partilhar o meu dia com alguém.
Sou alguns clichés, como ser amigo do meu amigo. Quem é meu amigo sabe que esse, comigo aplica-se mesmo.
Tento ser sempre positivo na minha vida, descobrir sempre algo mais nas contrariedades.
Defino me pelas acções que tomo e pelas que não tomo, porque por vezes não tomar uma acção diz muito sobre o que somos.
Já tive altos e baixos na minha ainda curta existência, mas sempre soube não me empolgar demasiado nos bons momentos, nem me deprimir nos maus. Adopto sempre os ditados: não há fartura que não dê em fome e depois da tempestade, vem a bonança. Ajudam me a colocar tudo em perspectiva e a encontrar o equilibrio exacto para tudo.
Sou feliz? Sinceramente, não sei. Considero a felicidade um conceito de elevado grau de relatividade. Algo que é sobrevalorizado por muita gente...um dia acordamos e achamos que somos felizes, que tudo está conforme deveria ser...no dia a seguir, acordamos e tudo nos parece o oposto de ontem, que nada é o que deveria ser. Porquê essa mudança súbita? O que terá acontecido durante uma noite? Provavelmente nada. Apenas o nosso conceito de felicidade mudou, o que nos fazia felizes ontem, hoje já perdeu essa capacidade.
Sou feliz, pergunto outra vez? Uns dias sim, outros não, depende se o meu conceito manteve ou não essa capacidade durante a noite.
O futuro? Aprendi ao longo dos anos a não fazer grandes planos. Prefiro o agora, o já...
Terei tempo para lidar com o futuro, com o que estará para vir. Lido melhor com o presente. Sou muito mau a lidar com o que poderá ser e no entanto tenho essa contradição de acreditar que todos temos o nosso destino traçado.
Tenho defeitos como todos, mas esses guardo-os para mim.
Perguntam, se és tão porreiro, porque é que precisas de escrever sobre isso e sobre ti?
É fácil...porque escrevo para mim, digamos como que se fosse uma terapia pessoal...
Porque por vezes precisamos de nos lembrar a nós próprios quem somos e o que podemos melhorar ou não, se acharmos que não temos mais por onde melhorar.
Umas pessoas falam sobre isso, eu escrevo.
Para além de me agradar escrever, um hábito adoptado recentemente e apesar de não me considerar uma pessoa com o dom da palavra, acho que consigo expressar melhor os meus pensamentos através da escrita. Fluem de uma forma mais natural.
Gosto de por no papel o que penso...gosto que outras pessoas opinem sobre isso, mostrando me outras perspectivas sobre aquilo que escrevo e nada melhor que um blog para que esse acesso seja mais universal...
Acho que já escrevi uma vez sobre isto, sobre este assunto, sobre mim.
Não sei se será semelhante ou totalmente diferente, mas poderei saber através da comparação dos dois, se me mantive igual ou se por outro lado algo mudou a perspectiva de ver as coisas, tirando daí a respectivas ilações.
Vou finalizar isto porque já é tarde e amanhã é dia de trabalho....agradeço a quem perdeu o seu tempo a ler estas patacoadas.
“Good night and good luck...”